10 perguntas para conhecer mais sobre a Arte Medieval
Para conhecermos um pouco mais sobre a Arte Medieval, precisamos conhecer mais sobre a Idade Média. Como ela aconteceu? Como se desenvolveu? E que propósitos essa arte medieval tinha? Para isso, precisamos conhecer os antecedentes da Arte Medieval, como a Idade Média se estabeleceu e, consequentemente, como ela era.
1 – Como se deu a divisão do Império Romano?
Como vimos, o Império Romano expandiu muito. Além das ameaças externas – ou seja, outros grupos e civilizações que passaram a ataca-los para expandir-se -, o Império Romano também enfrentava ameaças internas, muita briga pelo poder.
O Imperador Constantino fundará a cidade de Constantinopla, em 330 d.C.. Essa cidade fica justamente no ponto de encontro entre a Europa e a Ásia, território que hoje fica no país que chamamos de Turquia. Em 391, o Imperador Teodósio decide dividir o Império Romano e entregar para seus dois filhos. Com isso haverá uma divisão do Império Romano. De um lado tivemos o Império Romano ORIENTAL (Ou seja, o império Bizantino, que vimos na aula passada), com a capital em Constantinopla. E do outro lado, teremos o Império Romano OCIDENTAL, que terá sua capital em Roma.
2 – Os dois lados do Império Romano – Ocidental e Oriental – se desenvolveram da mesma maneira?
Os dois lados do Império tiveram um desenvolvimento diferente. Enquanto o Império Romano do ORIENTE, ou Império Bizantino, irá conseguir sobreviver até 1463, com a invasão de Constantinopla pelos Turcos, o Império Romano do OCIDENTE desaparecerá bem mais rápido.
3 – Como desaparecerá o Império Romano do OCIDENTE?
O Império Romano OCIDENTAL sofrerá muitos ataques, especialmente de um conjunto de povos que eles denominaram como bárbaros. Esses povos, vindos do Norte do continente Europeu, eram os francos, os germânicos, os visigodos, dentre outros. Essas invasões começaram por volta de 395 d.C., e pode-se considerar que o Império Romano DO OCIDENTE cai por volta de 476 d.C.. Ou seja, durou muito menos que o Império Romano do ORIENTE, ou seja, o Império Bizantino. Durante o período de existência do Império Bizantino, o Império Romano do Ocidente verá surgir a Idade Média.
4 – Que outros grupos além do Império Romano formarão os reinos da Idade Média ou os impactarão?
Muitos diferentes povos farão parte do grande mosaico populacional que será a Europa durante a Idade Média. Um deles nós já sabemos, o Império Romano. E sabemos também que eles se uniram aos povos do Norte, que serão chamados de forma pejorativa de “bárbaros”.
5 – Como se estabelecerá a Idade Média do antigo Império Romano do Ocidente?
O poder do Imperador, da maneira que era, não existirá mais naquela parte do Império, ou seja, no Império Romano do Ocidente. A população do Império, no entanto, não desaparecerá, será absorvida e se fundirá com a dos novos povos. O que acontecerá com o Império Romano do Ocidente é o que aconteceria com um copo de vidro jogado de uma grande altura. O que aconteceria? Se espatifaria em vários pedacinhos.
Em vez de um grande Império, agora essa parte será dividida em vários reinos. Por exemplo, a parte que será invadida pelos Francos constituirá um novo reino, que bem mais tarde (muito mesmo) será chamado de reino da França. A parte que será invadida pelos Germânicos, num futuro, se tornará a Germânia, ou Alemanha, e assim vai. Não com os mesmos traços de hoje em dia iguaizinhos, é claro, mas um começo das fronteiras da Europa começa a ser melhor desenhado aí. Algumas tentativas de reunir o Império Romano Ocidental acontecem, como por exemplo o reinado de Carlos Magno, que conseguiu juntar alguns desses territórios por algum tempo. Nada que se compare ao que foi o antigo Império Romano, tanto em tempo quanto em espaço ocupado.
6 – Como funcionam os Reinos na Idade Média?
Enquanto no Império Romano o poder é centralizado nas mãos do Imperador, na Idade Média esse poder será descentralizado nesses reinos. E mais descentralizado ainda pelo sistema de feudos. Mas que são feudos? Com a Idade Média, há um processo de ruralização daquela área. Ou seja, as pessoas começam a deixar a cidade e buscam viver nas zonas rurais. O comércio também decai. E essas zonas rurais onde viverão as pessoas são chamadas de feudo, o que faz com que esse sistema receba o nome de feudalismo. Feudalismo é o sistema em que se estabelecem os feudos, é essa ruralização. Nos feudos, há uma produção de subsistência, ou seja, para abastecer aqueles que dependem dele. Nos feudos haverá a figura do senhor feudal, que é a figura mais importante do feudo, um nobre que será dono dele. E os servos, que trabalharão na terra. Os feudos serão protegidos pelos cavaleiros.
A Idade Média foi uma época de muitas crises e dificuldades, marcada pela fome, guerras e pela peste bubônica. A peste bubônica foi uma doença causada pela má higiene do ser humano medieval, mitigada por bactérias presentes principalmente nos ratos.
7 – Como é a religião da Idade Média?
Ambos os Impérios Romanos, tanto o Oriental quanto o Ocidental, já haviam sido convertidos ao cristianismo com o Imperador Teodósio, por volta de 380 d.C.. Ou seja, quando o Império Romano é invadido, o cristianismo já é a religião oficial. E quando há a junção com os povos ditos bárbaros, o cristianismo também foi absorvido junto.
8 – Como é a relação da Arte Medieval com a religião na Idade Média?
As artes foram impactadas pelo período. Enquanto nas sociedades anteriores a pesquisa e o desenvolvimento artístico são um fator muitas vezes financiados pelo estado e por grupos da sociedade, na Idade Média ela fica praticamente restrita ao ambiente da igreja. No campo das artes visuais, temos as catedrais góticas e românicas como destaque. Enquanto as catedrais românicas são de áreas rurais e parecem verdadeiras fortalezas da fé, com suas estruturas pesadas, robustas, grossas e com poucas janelas, as góticas são urbanas e possuem um ar mais leve, iluminada, com muitos vitrais e rosáceas.
Nas catedrais góticas encontramos também, do lado de fora, as gárgulas, que são esculturas que acreditava-se que tinham o poder de espantar o mal. No entanto, sua função arquitetônica era de escoamento da água, como uma espécie de calha.
9 – Quais os diferentes tipos de artes que podemos encontrar durante a Idade Média?
Como foi um período muito longo e em uma diversidade grande de espaços, podemos notar diferentes tipos de arte contidas dentro desse grande conceito que chamamos de Arte Medieval. Falaremos brevemente de cada uma.
Arte Pré Românica:
Faz referência aos diferentes tipos de arte que surgiram na Idade Média entre o século V e o século X. É um conjunto de diferentes tipos de artes que foram produzidos nesse tempo, e que têm diferentes influências. Aqui, trataremos de três: A arte Merovíngia, a arte Carolíngia e a arte Otoniana.
Arte Merovíngia:
Arte da dinastia dos Merovíngios dos Francos, que acontecerá aproximadamente entre os séculos V e VIII. Nesse tipo de arte, há um destaque para a ourivesaria (trabalho com metais e jóias) e iluminuras (técnica de pintura que utiliza também tintas vibrantes e metais como ouro e prata para decorar manuscritos). A decoração e a influência da civilização Celta são a base do estilo Merovíngio.
Arte Carolíngia:
Faz referência à arte no período da corte do Imperador Carlos Magno, estendendo-se também a alguns sucessores. Ou seja, aproximadamente entre 780 e 900 d.C.. As obras do Império Carolíngio leva a uma retomada de certos aspectos da tradição artísticas das civilizações gregas e romanas. Na arquitetura, isso levará à criação do estilo Românico.
Arte Otoniana:
Estilo artístico da área que hoje é considerada a Alemanha e algumas proximidades. Após o último monarca Carolíngio, em 911, os reis saxões estabeleceram naquela região um governo central, que viria a se tornar o Sacro Império Romano-Germânico. E, entre esses reis, Óton I foi o que mais se aproximou na ambição de Carlos Magno de recriar o nível de poder que tinha o Império Romano. A arte desse período tem inspiração na arte Carolíngia, também na Arte Bizantina.
Arte Românica:
Estilo artístico que surgirá por volta do século X, que terá como referências as construções e estruturas arquitetônicas do Império Romano. Por isso, inclusive, leva esse nome. As construções da arquitetura Românica se parecem com as construções dos romanos antigos, predominando o uso de elementos típicos da arquitetura romana, tais quais a abóbada de predra, os pilares que sustentam essa abóbada, o arco romano, etc.. Essas construções são marcadas pela solidez, pelo tamanho, e parecem fortalezas. Daí as igrejas e catedrais românicas serem entendidas como fortalezas de Deus. A pintura românica se desenvolverá nas decorações murais das igrejas. A pintura românica é voltada para o sagrado quase que inteiramente.
Arte Gótica:
Recebe esse nome de forma desdenhosa, porque segundo seus críticos, era tão bárbara que só poderia ter sido criada pelos godos, um dos povos que invadiu o Império Romano. Mostra claras influências, sim, do trabalho com metais dos povos do norte, mas também mostra criações e inovações importantes na estrutura arquitetônica, como a abóbada de nervuras ou de cruzaria do gótico. Além de diferentes fachadas, com mais entradas, mais altas, mais delicadas, mais iluminadas. Enquanto a estrutura românica cria uma idéia de fortaleza da fé, a estrutura gótica trará construções mais decoradas, mais delicadas, mais iluminadas.
Um exemplo de construção gótica é a Catedral de Notre Dame de Paris, mundialmente famosa, e marcada inclusive pelo filme da Disney, “O Corcunda de Notre Dame”. Os vitrais são uma parte importante da arte gótica, além dos manuscritos ilustrados e iluminados com outro e prata. A escultura gótica está mais associada à arquitetura, à cada construção.
10 – Como era a música e a poesia na Idade Média?
Na música e na poesia, temos o trovadorismo, que era como uma poesia cantada. Possuía quatro categorias de cantigas: As de amor, as de amigo, as de escárnio e maldizer. Enquanto as duas primeiras falam sobre amor, as duas últimas possuem tom de crítica. A de amor fala de amor a partir de um olhar masculino, a de amigo a partir de um olhar feminino, a de escárnio faz uma crítica indireta, e a de maldizer, direta.
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