
O filme “Ainda Estou Aqui’ é baseado em um livro de mesmo nome escrito por Marcelo Rubens Paiva. A história é baseada em fatos reais. E Marcelo, o escritor, na verdade também é personagem dessa história. E é filho da mulher que é a protagonista dessa história, Eunice Paiva, e do ex-deputado Rubens Paiva.
A história do filme “Ainda Estou Aqui”, conforme dito anteriormente, é baseada na vida real do escritor e de sua família durante o tempo da ditadura civil-empresarial militar. Começa no ano de 1970 e vai até o ano de 2014, e acompanha a trajetória dessa família durante esse turbulento momento da história.
Quem é Marcelo Rubens Paiva?

Marcelo Rubens Paiva é um escritor brasileiro nascido em maio de 1959, na cidade de São Paulo. Além de escritor, Marcelo é também jornalista e dramaturgo. Conhecido e celebrado por sua produção literária, como as obras “Feliz Ano Velho” e “Malu de Bicicleta”, Marcelo também tem um largo currículo escrevendo para teatro, cinema e televisão. Em 2015, no entanto, publica “Ainda Estou Aqui” sobre a vivência da sua família no momento da ditadura militar e do desaparecimento do seu pai, o ex-deputado Rubens Paiva.
Marcelo Rubens Paiva é portador de deficiência, é cadeirante, tetraplégico. Se tornou cadeirante após um acidente em 1979, quando tinha 20 anos.
Em que bairro era localizada a casa de Rubens Paiva?
No bairro Leblon, na rua Almirante Pereira Guimarães, cidade do Rio de Janeiro.
Em que ano se passa “Ainda Estou Aqui”?
O filme começa no fim do ano de 1970, momento da ditadura militar em que a perseguição e a repressão cresciam. Graças, nesse caso, à implementação em 1968 do Ato Institucional número 5, também conhecido como AI-5.

O que foi o AI-5?
O Ato Institucional 5, ou AI-5, rompia com as regras do contraditório no devido processo legal. Ou seja, i direito de garantir uma ampla defesa às pessoas. Nesse caso, autorizava prisões sem justificativa, suspendia o direito de habeas corpus, cassou o mandato dos parlamentares, dentre outras medidas. Que na prática, nesse caso, tornavam o Estado brasileiro dotado da possibilidade de capturar qualquer pessoa em qualquer momento sem ter que dar qualquer explicação ou precisar de motivação.
Muitas pessoas foram presas de maneira arbitrária, sem qualquer justificativa. E, como não havia o devido processo legal, eram julgadas como culpadas ou inocentes de acordo com o que entendiam os militares. E, durante essas prisões, ocorriam torturas e mortes, milhares de pessoas desapareceram nessa época.
A ditadura aconteceu só no Brasil?
Não, diversos outros países da América Latina passaram pela ditadura. Argentina, por exemplo, Chile, Nicarágua são alguns deles. O cenário da ditadura no Brasil e na América Latina está ligado à Guerra Fria e a crise dos mísseis em Cuba.
Qual a ligação de Ainda Estou Aqui e a Guerra Fria?

O Filme “Ainda Estou Aqui” se passa na ditadura civil empresarial militar no Brasil, mais precisamente no começo da década de 70. O que estava acontecendo no mundo naquele momento era a Guerra Fria. O mundo via o embate do bloco capitalista com o bloco socialista, representados nesse momento por Estados Unidos e União Soviética e o crescimento de um discurso de medo nuclear. Um dos momentos mais tensos dessa disputa acontece em 1962, quando os Estados Unidos descobrem que a União Soviética estava construindo mísseis em Cuba. Nesse momento, acontece a crise dos mísseis de Cuba, que vai gerar um embargo que, em certa medida, existe até hoje em relação à ilha
Preocupados com a simpatia dos discursos pró trabalhador e talvez um crescimento da simpatia ao discurso comunista nas suas proximidades, os Estados Unidos se mostram muito simpáticos a governos autoritários na região. Embora exista muita especulação, de maneira comprovada temos apenas a Operação Condor, formalizada e estabelecida em 1975, que tinha como objetivo perseguir pessoas no propósito de lutar contra o comunismo.
Quando acabou a ditadura militar?
Com o fim do governo Figueiredo, em 1985, começa-se a preparar o terreno para uma nova constituição e eleições. A constituição será promulgada em 1988, e as eleições ocorreram em 1989.

Como Eunice Paiva impactou a vida política do país?
Além da sua luta pela verdade e pela memória do marido e da sua família, Eunice tem também uma trajetória formidável em outras áreas da vida política do país. Como vimos no filme, Eunice começou a faculdade depois de mudar para São Paulo, se forma advogada. E se tornou uma grande defensora dos direitos dos indígenas.
Como foi a luta de Eunice Paiva em defesa dos indígenas?
Como advogada, trabalhou contra a expropriação de terras indígenas, participando da demarcação da Terra Indígena Zoró. Além disso, fundou o Instituto de Antropologia e Meio Ambiente, que ajudou a criar projetos de educação, saúde e política para os povos originários. Adicionalmente, trabalhou na criação e modificação de leis para proteger os indígenas e publicou textos sobre a causa.
Como foi a luta de Eunice Paiva na defesa das vítimas da ditadura?
Além da busca incansável da verdade sobre a morte do marido, trabalhou também pelos outros desaparecidos e suas famílias durante a ditadura.
Curiosidades sobre o filme “Ainda Estou Aqui”

- Dirigido por Walter Salles, é estrelado por Fernanda Torres no papel de Eunice Paiva e está indicado ao Oscar em três categorias: Melhor Filme Internacional, Melhor filme e Melhor Atriz. Anos atrás, o mesmo diretor comparecia ao Oscar com um filme indicado, mas dessa vez com a mãe da atriz, Fernanda Montenegro, no filme “Central do Brasil”;
- Fernanda Montenegro, mãe de Fernanda Torres, faz uma participação no final do filme como Eunice já nos seus últimos anos;
- A casa dos Paiva já não existe mais. O filme foi gravado numa casa de estrutura similar na Urca.
- “Ainda Estou Aqui” foi realizado em câmeras analógicas, por uma escolha estética do diretor Walter Salles, que gosta desse tipo de imagem. Isso ajuda a criar o visuai retrô do filme. E, por isso, foi finalizado na França, uma vez que o trabalho com uso da película, material da câmera analógica, não é suportado no Brasil.
- O busto do ex deputado Rubens Paiva, em Brasília, foi cuspido e xingado pelo ex presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, que na ocasião era deputado.
- Apesar da trilha sonora ser bem vasta, toda vez que o rádio tocava, a música que estava tocando era de Roberto Carlos.
PDF DE ATIVIDADES PRÁTICAS SOBRE O FILME “AINDA ESTOU AQUI”
Desenhos para colorir
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Em conclusão, nosso post de hoje foi sobre o super premiado filme “Ainda Estou Aqui”, que fala sobre um momento importante da história do Brasil e do mundo. Fomos muito impactados pelo filme e também por essas histórias. E estamos na torcida pelo filme e por Fernanda Torres. Aqui somos total #teamAindaEstouAqui #teamFernandinha. E vocês? Estão torcendo?
Você tem algo pra nos contar sobre o filme que não viu aqui? Alguma sugestão ou dúvida? Alguma atividade que gostaria de pedir? Deixe um comentário. Até a próxima!